PENSAMENTO –
ESTRUTURAS E SÍMBOLOS – PROCESSOS COGNITIVOS
(Segundo Jean Piaget)
DESENVOLVIMENTO
INFANTIL – OPERAÇÕES MENTAIS
·
Crianças em diferentes idades constroem o mundo de formas
fundamentalmente diferentes das dos adultos;
·
Na infância, as operações mentais e “estados cognitivos”
característicos são qualitativamente diferentes;
·
Todo conhecimento deriva das ações humanas sobre o mundo;
·
Piaget
investigou os sinais primordiais da inteligência humana durante as primeiras
semanas e meses de vida;
·
Os primeiros atos motores e discriminações sensoriais do bebê,
constituem as manifestações mais precoces do intelecto;
OPERAÇÕES MENTAIS – MOLAS MESTRAS DO
PENSAMENTO
·
Segundo Piaget, os objetivos do desenvolvimento incluem a
habilidade:
1-
para raciocinar de modo abstrato;
2-
para pensar sobre situações hipotéticas de modo lógico;
3-
para organizar regras – operações em estruturas de nível superior mais
complexo.
·
Piaget define como processos fundamentais na atividade
intelectual, a assimilação e acomodação, que quando equilibrados,
constituem a adaptação ® organização
® estrutura
intelectual ® “ato
inteligente”
·
Equilibração: compensação para o que é externo ao
indivíduo, é uma atividade dinâmica móvel que envolve os mecanismos de:
·
Assimilação: incorporação de dados da experiência
externa;
·
Acomodação: Modificação dos elementos dos esquemas
pré-existentes para incorporar novos elementos assimilados.
OS QUATRO ESTÁGIOS
DO DESENVOLVIMENTO
·
1º Estágio (os primeiros dois anos de vida): INTELIGÊNCIA
SENSÓRIO-MOTORA: a criança “conhece” o mundo exclusivamente através de suas
próprias percepções e ações sobre ele. No começo da vida, até os dez e doze
meses, o conhecimento do bebê é restrito às ações físicas que ele pode
desempenhar sobre um objeto.
Ø O bebê pode
sugar o objeto, mordê-lo, agarrá-lo, amassá-lo de várias formas. Contudo,
carece de qualquer entendimento dissociado de suas ações, e, uma vez que o
objeto esteja fora de seu campo de visão, é incapaz de pensar sobre ele.
Ø Percepção da permanência
do objeto: aproximadamente aos 18 meses (um ano e meio),a criança percebe
que o objeto existe mesmo quando não está olhando para ele. Ela buscará
persistentemente o objeto quando ele desaparecer e será capaz de imaginar para
onde ele foi, quando jogado em uma determinada direção.
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2º Estágio (anos pré-escolares, de 2 à 7 ou 8 anos): PENSAMENTO
INTUITIVO OU SIMBÓLICO – ESTÁGIO PRÉ-OPERACIONAL: a criança é capaz de usar
linguagem, imagens mentais e outros tipos de símbolos para referir-se ao mundo
que ela anteriormente conhecia apenas agindo diretamente sobre ele.
Ø Mas mesmo assim,
o conhecimento através de símbolos é ainda estático: a criança não pode
manipular as “imagens” que carrega em sua mente. A criança torna-se capaz de
usar vários tipos de símbolos com referência ao objeto manipulado.
Ø Ao aprender a
palavra bola, ela usa mais ou menos apropriadamente para referir-se a objetos
redondos. Pode até arremessar uma bola de faz-de-conta, pode sonhar através de
imagens mentais e imitar os movimentos de uma bola.
Ø De um ano e meio
ou 2 até os 4 ou 4 anos e meio, dentro do Estágio Pré-operacional, podemos
dizer que a criança está na fase pré-conceptual, que se caracteriza por uma
“assimilação egocêntrica”, que simboliza a realidade apresentada por meio de
imagens particulares (centração);
Ø Mais adiante,
dos 4 ou 5 anos até uns 7 ou 8 anos, é a segunda fase do Estágio
Pré-operacional, nela a assimilação e a acomodação tendem a se equilibrar. O
pensamento continua sendo elaborado predominantemente com imagens e intuições,
continua preso aos objetos concretos e suas qualidades perceptíveis.
Ø Estágio
intuitivo e pré-operacional: o objeto para a criança se restringe à imagem estática e
a sua própria perspectiva, ela não reconhece que uma bola pode mudar sua forma
e ainda manter sua massa, não reconhece que um conjunto de cinco bolas
organizadas em círculo é equivalente ao mesmo número de bolas em linha reta.
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3º Estágio (anos escolares, a partir dos 7 ou 8 anos
até a adolescência, 11 ou 12 anos): PENSAMENTO OPERACIONAL CONCRETO: a
criança é capaz de manipular as imagens mentais e outras formas de conhecimento
simbólico. É o início do raciocínio com palavras e a condução de experiências
simples.
Ø A criança pode
apreciar um conjunto de objetos não apenas de sua perspectiva presente, mas
através do uso de “ações internas” ou “operações mentais”, do ponto de vista de
uma outra pessoa, situada em outro lugar.
Ø Em sua mente, a
criança pode nesse estágio, andar para trás e para frente, entre duas
perspectivas sobre a mesma cena, utilizando a operação central de
reversibilidade e assim pode conservar números e também classificar e seriar.
Pode dar uma definição simples da palavra bola e reconhecer que um objeto pode
ser ao mesmo tempo uma bola, um brinquedo e uma coisa redonda.
·
4º Estágio (começa no início da adolescência, 11
ou 12 anos): OPERAÇÕES FORMAIS: a criança torna-se capaz de desempenhar ações mentais
sobre símbolos e entidades físicas. Pode escrever equações, pronunciar
proposições e desempenhar manipulações lógicas sobre seqüências e símbolos,
combinando, contrastando e negando estes.
Ø A criança
torna-se capaz de postular e resolver problemas científicos que requerem a
manipulação de variáveis relevantes. Produz abstrações mentais com relação ao
objeto, além de antecipar o que acontecerá com o objeto sob diversas condições,
ela pode discutir em termos de leis científicas, fazer previsões, testar
hipóteses.
Ø O jovem, no
pensamento operacional formal, pode resolver problemas de raciocínio como: a
bola A é maior que a bola B, a bola B é menor que a bola C, qual bola é a maior
de todas? Ele tem capacidade para escrever um ensaio sobre esferas e apreciar
princípios newtonianos sobre o comportamento dos objetos esféricos.
“Uma
vez que assimilemos a teoria de Piaget, deveríamos então, ser capazes de
abordar as crianças de um modo muito mais apropriado”
BIBLIOGRAFIA
MUSSEN, Paul H; CONGER, John
Janeway; KAGAN, Jerome. Desenvolvimento e Personalidade da Criança. Trad. Maria
Silvia Mourão Netto. São Paulo: Editora Harper & Row, 1977.p.30.
PIAGET, Jean. O nascimento da
inteligência na criança. Trad. Álvaro Cbral. Rio de Janeiro: Zahar
Editores, 1975.
GARDNER, Howard. Arte, mente e
cérebro: uma abordagem cognitiva da criatividade. Trad. Sandra Costa. Porto
Alegre: Artes Médicas Sul, 1999.
LANNOY, Dorin. Psicologia do
desenvolvimento. São Paulo: Ed. Do Brasil, 1982.
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