quarta-feira, 18 de junho de 2008

DESENVOLVIMENTO MENTAL

PENSAMENTO – ESTRUTURAS E SÍMBOLOS – PROCESSOS COGNITIVOS (Segundo Jean Piaget)
DESENVOLVIMENTO INFANTIL – OPERAÇÕES MENTAIS

· Crianças em diferentes idades constroem o mundo de formas fundamentalmente diferentes das dos adultos;
· Na infância, as operações mentais e “estados cognitivos” característicos são qualitativamente diferentes;
· Todo conhecimento deriva das ações humanas sobre o mundo;
· Piaget investigou os sinais primordiais da inteligência humana durante as primeiras semanas e meses de vida;
· Os primeiros atos motores e discriminações sensoriais do bebê, constituem as manifestações mais precoces do intelecto;

OPERAÇÕES MENTAIS – MOLAS MESTRAS DO PENSAMENTO
· ­Segundo Piaget, os objetivos do desenvolvimento incluem a habilidade:
1- para raciocinar de modo abstrato;
2- para pensar sobre situações hipotéticas de modo lógico;
3- para organizar regras – operações em estruturas de nível superior mais complexo.

· Piaget define como processos fundamentais na atividade intelectual, a assimilação e acomodação, que quando equilibrados, constituem a adaptação ® organização ® estrutura intelectual ® “ato inteligente”
· Equilibração: compensação para o que é externo ao indivíduo, é uma atividade dinâmica móvel que envolve os mecanismos de:
· Assimilação: incorporação de dados da experiência externa;
· Acomodação: Modificação dos elementos dos esquemas pré-existentes para incorporar novos elementos assimilados.

OS QUATRO ESTÁGIOS DO DESENVOLVIMENTO

· ­1º Estágio (os primeiros dois anos de vida): INTELIGÊNCIA SENSÓRIO-MOTORA: a criança “conhece” o mundo exclusivamente através de suas próprias percepções e ações sobre ele. No começo da vida, até os dez e doze meses, o conhecimento do bebê é restrito às ações físicas que ele pode desempenhar sobre um objeto.
Ø O bebê pode sugar o objeto, mordê-lo, agarrá-lo, amassá-lo de várias formas. Contudo, carece de qualquer entendimento dissociado de suas ações, e, uma vez que o objeto esteja fora de seu campo de visão, é incapaz de pensar sobre ele.
Ø Percepção da permanência do objeto: aproximadamente aos 18 meses (um ano e meio),a criança percebe que o objeto existe mesmo quando não está olhando para ele. Ela buscará persistentemente o objeto quando ele desaparecer e será capaz de imaginar para onde ele foi, quando jogado em uma determinada direção.
­
· 2º Estágio (anos pré-escolares, de 2 à 7 ou 8 anos): PENSAMENTO INTUITIVO OU SIMBÓLICO – ESTÁGIO PRÉ-OPERACIONAL: a criança é capaz de usar linguagem, imagens mentais e outros tipos de símbolos para referir-se ao mundo que ela anteriormente conhecia apenas agindo diretamente sobre ele.
Ø Mas mesmo assim, o conhecimento através de símbolos é ainda estático: a criança não pode manipular as “imagens” que carrega em sua mente. A criança torna-se capaz de usar vários tipos de símbolos com referência ao objeto manipulado.
Ø Ao aprender a palavra bola, ela usa mais ou menos apropriadamente para referir-se a objetos redondos. Pode até arremessar uma bola de faz-de-conta, pode sonhar através de imagens mentais e imitar os movimentos de uma bola.
Ø De um ano e meio ou 2 até os 4 ou 4 anos e meio, dentro do Estágio Pré-operacional, podemos dizer que a criança está na fase pré-conceptual, que se caracteriza por uma “assimilação egocêntrica”, que simboliza a realidade apresentada por meio de imagens particulares (centração);
Ø Mais adiante, dos 4 ou 5 anos até uns 7 ou 8 anos, é a segunda fase do Estágio Pré-operacional, nela a assimilação e a acomodação tendem a se equilibrar. O pensamento continua sendo elaborado predominantemente com imagens e intuições, continua preso aos objetos concretos e suas qualidades perceptíveis.
Ø Estágio intuitivo e pré-operacional: o objeto para a criança se restringe à imagem estática e a sua própria perspectiva, ela não reconhece que uma bola pode mudar sua forma e ainda manter sua massa, não reconhece que um conjunto de cinco bolas organizadas em círculo é equivalente ao mesmo número de bolas em linha reta.

· ­3º Estágio (anos escolares, a partir dos 7 ou 8 anos até a adolescência, 11 ou 12 anos): PENSAMENTO OPERACIONAL CONCRETO: a criança é capaz de manipular as imagens mentais e outras formas de conhecimento simbólico. É o início do raciocínio com palavras e a condução de experiências simples.
Ø A criança pode apreciar um conjunto de objetos não apenas de sua perspectiva presente, mas através do uso de “ações internas” ou “operações mentais”, do ponto de vista de uma outra pessoa, situada em outro lugar.
Ø Em sua mente, a criança pode nesse estágio, andar para trás e para frente, entre duas perspectivas sobre a mesma cena, utilizando a operação central de reversibilidade e assim pode conservar números e também classificar e seriar. Pode dar uma definição simples da palavra bola e reconhecer que um objeto pode ser ao mesmo tempo uma bola, um brinquedo e uma coisa redonda.
­
· 4º Estágio (começa no início da adolescência, 11 ou 12 anos): OPERAÇÕES FORMAIS: a criança torna-se capaz de desempenhar ações mentais sobre símbolos e entidades físicas. Pode escrever equações, pronunciar proposições e desempenhar manipulações lógicas sobre seqüências e símbolos, combinando, contrastando e negando estes.
Ø A criança torna-se capaz de postular e resolver problemas científicos que requerem a manipulação de variáveis relevantes. Produz abstrações mentais com relação ao objeto, além de antecipar o que acontecerá com o objeto sob diversas condições, ela pode discutir em termos de leis científicas, fazer previsões, testar hipóteses.
Ø O jovem, no pensamento operacional formal, pode resolver problemas de raciocínio como: a bola A é maior que a bola B, a bola B é menor que a bola C, qual bola é a maior de todas? Ele tem capacidade para escrever um ensaio sobre esferas e apreciar princípios newtonianos sobre o comportamento dos objetos esféricos.

“Uma vez que assimilemos a teoria de Piaget, deveríamos então, ser capazes de abordar as crianças de um modo muito mais apropriado”
BIBLIOGRAFIA

­MUSSEN, Paul H; CONGER, John Janeway; KAGAN, Jerome. Desenvolvimento e Personalidade da Criança. Trad. Maria Silvia Mourão Netto. São Paulo: Editora Harper & Row, 1977.p.30.

­PIAGET, Jean. O nascimento da inteligência na criança. Trad. Álvaro Cbral. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1975.

­GARDNER, Howard. Arte, mente e cérebro: uma abordagem cognitiva da criatividade. Trad. Sandra Costa. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999.

­LANNOY, Dorin. Psicologia do desenvolvimento. São Paulo: Ed. Do Brasil, 1982.
OBSERVAÇÃO: Este texto, complementa o texto que estudamos sobre a Teoria do Desenvolvimento Musical de SWANWICK. É importante, para uma melhor compreensão, fazer a comparação das duas teorias.
Profª Claudia Conte